domingo, 1 de maio de 2011

We rose up slowly




Ele me olhou fixamente e eu sabia que eu deveria desviar o olhar, mas me senti hipnotizada. Seus olhos me puxavam para mais perto dele.


Sem ter controle sobre o meu corpo, andei até estar à sua frente.


- Luce... –ele começou. Seus olhos revelavam a alegria de me ver, mas, ao mesmo tempo, mostravam pena e arrependimento: ele não queria que eu viesse. – Você não devia ter vindo. Eu te falei que...


- Eu não sigo mais seus conselhos, Christian. – interrompi-o. – Você mentiu para mim todo esse tempo. Aprendi a não confiar mais em você.


Ele riu sem humor. Uma gargalhada que ecoou pela rua deserta. A escuridão da noite era iluminada apenas pela fraca luz dos postes e da lua crescente. Além de nós, mais ninguém estava presente na cena.


- Você já se esqueceu? – ele perguntou com um vestígio de risada. – Você sempre desconfiou de mim, Luce... E estava certa em não acreditar em mim. Porque agora, sou todo mentira, mas ainda assim sou seu.


Sua expressão se tornara séria. Ele esticou a mão e acariciou meu rosto, me tomou em seus braços e inclinou minha cabeça levemente para trás. No momento em que seus lábios roçaram os meus, eu estava livre. Livre da gravidade que prendia meus pés ao mundo. Livre de toda desconfiança que um dia ele me trouxe.


Um vento frio penetrou minha pele e, de repente, eu estava só... naquela rua deserta.

2 comentários:

  1. Era o texto que fiz para a prova de redação... ^^
    Se fosse mais comprido não iria caber na folha...

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